sábado, 17 de setembro de 2011

Desprender-se.







“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se." - Paulo Coelho


Um sorriso,
Um abraço,
Riso,
Euforia,
Leve,
Livre,
Cores,
Livre.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"E no final, assim calado, eu sei que vou ser coroado rei de mim" - Marcelo Camelo

E no final, eu me rendi.
Reconheci que você foi campeã.
Muitos anos de luta, 
"Ah, não ganha mesmo..." - você sempre disse pra mim.
Achando que eu seria capaz de te vencer...
É...não deu.
Você deu frutos...
Quando pouca idade tinha você apareceu, e eu nem sabia de que nome te chamar...
Mas sabia que você existia,
E quando menos eu via, você aparecia...
E tinha o prazer em me destruir.
Mas eu era uma criança!
Será que não tinha dó?
Você não queria me dizer, mas me acompanharia ode eterno....
Se transformou, cresceu...
Fez uma festa e trouxe amigas.
"Você engordou..." 
"Mais um pouco...ainda não está bom..."
"Não vá jantar..."
De repente, desaparecia...
E reaparecia...
Ah, quantas festas você reapareceu e apareceu...
Não satisfeita, trouxe uma prima, bem próxima....
Uma cara simpática de início...
Mas quando fomos ficando amigas, ela vinha com um espinho.
Me furava, furava...
Furava todos os dias.
Me furava, me rasgava, e eu chorava de dor em todos os lugares;
No meio da série de supino na academia;
Na festa da melhor amiga na hora de cantar parabéns;
No meio de uma reunião de trabalho;
E é claro, como senão bastasse, na hora de dormir.
E ao longo do dias, morava nos meus pensamentos profundos
Mesmo quando eu queria fugir e me deixar viver em outro lugar
Um qualquer outro lugar bonito...
Sim,
Reconheci que não te venci.
"Por trás dessa mulher forte que todos vêem, você sabe muito bem que é mais forte!"
- esbravejou você, petulante, me olhando no espelho.
Reconheço que você é mais forte,
E decidi que me rendi, mas declaro guerra.
Não é a melhor,
Não é a invencível,
A guerra está já declarada.
Vamos ver quem vence dessa vez.
Agora vem vai perturbar seu sono, sua paz e sua sanidade,
Sou eu.

"It´s times like these, time and time again..."




sábado, 3 de setembro de 2011

E se tudo der muito certo?

Uma manhã e minhas citações...Sofro de silêncio matinal. Não funciono muito bem pela manhã, mas resolvi quebrar a regra e iniciei um "tópico" com minha irmã mais velha.
"Tô indo passar um tempo fora final do ano que vem...será que consigo?"
Sem reprovação, sem espanto, sem carinho ela apenas disse: "Irmã, você pode tudo."

Eu? Posso tudo? Tudo o que?
A questão em si não é um tempo morando em outro país ou qualquer outra coisa. A gente sabe que pode tudo, mas é condicionado a acreditar que não pode. A vida é envolta em "porquês", "poréms", "serás", e "senãos". E por quanto tempo a gente se envolve nesse emaranhado, na minha opinião, sem rumo nenhum. Isso dilui a vida. E também dilui quem você é.


Quero estar aqui da forma mais densa e pura. E que meus sentimentos e minha voz sejam verdade.