segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E eis mais um fim de ano...





E a gente ouve aquele jingle da Globo dizendo que a é festa sua, nossa e de quem vier, ganhamos o décimo terceiro (que serve para gastar no fim do ano mesmo), fazemos aquela reflexão com olhar horizontal do ano que está ficando para trás e prometemos largar o cigarro, arrumar um emprego novo, parar de beber, emagrecer, engordar, arrumar um namorado, largar o namorado e comprar um bicicleta.
Eis que você pára e pensa que todos os finais de ano são assim. Jingle da Globo + jingle da Leader, décimo terceiro (que você passa a achar pouco), reflexões, olhares horizontes e diagonais, você ainda promete largar o cigarro + a cerveja, emagrecer (sim, a cerveja), você chora que ainda está solteira ou chora por que o namorado é um mala. E promete comprar muitos livros.
A gente não promete respirar melhor. A gente não promete levar a vida mais devagar. A se levar menos a sério. A se permitir rir com idiotices. A gente não promete levar a vida devagar. São planos, coisas a fazer e arrependimentos na maioria das vezes. Enquanto só o fato de acreditarmos que não adianta correr se o relógio roda na mesma velocidade mesmo se corremos ou andamos poderia ser um grande passo.

E em uma semana para o fim de mais um ano, sim, já fiz a minha listinha mental.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Nem cinco minutos guardados...Nem três. Nenhum.

* "Teus olhos querem me levar
Eu só quero que você me leve
Eu ouço as estrelas
Conspirando contra mim
Eu sei que as plantas me
Vigiam do jardim..."


A gente sente positividade. Mais ainda assim sente medo. Que medo? As plantas no jardim...?

"As luzes querem me ofuscar
Eu só quero que essa luz me cegue
Nem cinco minutos guardados dentro de cada cigarro
Não há pára-brisa pra limpar, nem vidros no teu carro

O meu corpo não quer descansar
Não há guarda-chuva (não há guarda-chuva)
Contra o amor...
O teu perfume quer me envenenar
Minha mente gira como um ventilador."


É aí que a gente se entrega. Vive o momento. Não quer esperar nem cinco minutos e nem três. Sente uma luz tão intensa que quer que ela nos cegue, por que é luz doce, chamativa, azul, roxa, simples, pura. Ela exala perfume, e é um perfume tão maravilhoso que te envenena. Mas como você sente perfume se você não o sentiu pelas narinas... É....minha mente pode estar girando como um ventilador. E não, eu não tenho carro para limpar pára-brisas. Comprei um par de patins. E sim, o dia em que for andar eu não levarei guarda-chuva.


"Tanto faz qual é a cor da sua blusa
Tanto faz a roupa que você usa
Faça calor ou faça frio."


Não sei a cor da sua retina, o toque da sua mão, o forma de gesticular e até manias peculiares. E nem sei que sente mais calor ou mais frio. Mas isso não importa. Por que...

"Eu estou no meio da rua
Você está no meio de tudo
O teu relógio quer acelerar,
Quer apressar os meus passos
Não há pára-raio contra o que vem de baixo."


Meus passos me guiam sozinha, nada me apressa. E não preciso de pára-raio, porque nada vem de baixo para mim. Só de cima. Luz, chuva, sol,  bençãos divinas, príncipes das minhas imaginações e momentos reais a serem concretizados.

Nem cinco minutos guardados. Nenhum minuto. Que o momento seja guardado.



* Versos do trecho de "Nem Cinco Minutos Guardados - Sergio Britto / Marcelo Frommer (Titãs)"


sábado, 3 de dezembro de 2011

Janela aberta

E em mais um dia de insônia,
eu observo a janela aberta.
De tantos ventos que já entraram,
de tantos outros que já saíram,
hoje, a observo de uma forma diferente.
A cortina se move de forma languida,
Um ar morno aquece, me aquece,
Todas as vontades tomar metades em um gole só,
vai desaparecendo,
Porque não nasci pra ser metade,
pra viver de metade,
não sou metade.
Nem que seja preciso me cortarem para que eu nasça inteira e forte.
Mas metade, eu rejeito.
A janela aberta,
E o  vento leva de volta pro infinito o que não serve.