sábado, 15 de setembro de 2012

É por ali.

É por aí.
É quase lá,
Se não for,
O caminho, pelo menos, já se sabe.

Passou por ali,
Fez-se o que devia,
Ou não devia,
Mas, não deixou em branco.

Teve história pra contar,
Teve coisa pra lembrar,
Lágrima pra derramar,
E sabe, a vida é de lágrima.

Música que se dançou,
Dança sem música,
Grito sem voz,
Voz clara e apática.
Pranto, dor e silêncio?

De tudo, há.
Se não tem, a gente arruma,
Até se compra,
Mas o dom de amar, desculpe.

É por aí,
É quase lá,
Pula uma poça aqui,
Arranha a própria pele,
Engole o próprio choro e suspira de alívio.

É por aí,
Pode ser que não há,
Motivo para entender ou explicar
O será, o que já foi e o que é
Ponto de interrogação e interjeições no bolso.

Gota de chuva que já caiu sobre ti,
Sobre mim,
Lama que já se afundou,
É por aí,
É por ali.







terça-feira, 4 de setembro de 2012

Casamentos a serem desfeitos.

Hoje, depois de alguns dias em casa, consegui tomar um ar para ir a uma consulta. Esses dias,"by chance", chegou minha câmera nova. É uma câmera simples, enquanto eu não tenho recursos para comprar a "dos meus sonhos". No caminho à consulta (aliás, longo caminho!) e no tempo de espera, consegui fotografar um pouco. Terapia da fotografia. Ontem foi a terapia das cores. Sendo que nos cabelos.
"Você não está satisfeita com a vida que leva." -
Nâo tenho exatamente tudo o que um ser humano e a sociedade dizem que eu preciso? Casa, pais relativamente saudáveis e vivos, duas irmãs bem sucedidas em suas vidas, um cachorro, livros, danço, pinto, canto, pulo, tenho amigos ao redor, faço o que gosto. O que não gosto, não faço. Sim, já fui muito "outra Kassia" e já fiz muitas outras coisas que não gostava com objetivo de agradar outrem. Porém, hoje, não.
"Mesmo assim. Você sofre, pois não está satisfeita com a vida que leva." - insiste
"Então por quê sinto dor ao viver, mesmo com tudo isso ?" - indago
E ela insiste em repetir a mesma coisa.

Me fez lembrar de "Comer, Rezar e Amar". Liz entra em crise existencial, se divorcia e faz a louca para ficar um ano "offline". Sendo que não posso dar a louca e muito menos tenho dinheiro sobrando para passar um ano em Itália, Bali e Indonésia. De fato, no livro ela entra em uma questão bem parecida. "Tenho um apartamento lindo, uma vida profissional consolidável e um casamento estável. Mas tudo o que sinto é angústia ao deitar." Ela simplesmente descobriu que não queria estar casada. Não queria filhos e tudo o mais. Ela se redescobre física e espiritualmente. Não tenho casamento para me arrepender, mas quê tipo de casamento eu fiz e com o quê, o quê preciso me arrepender, para então me soltar e me redescobrir?