segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Não vou beber dessa culpa, desculpa.

Joga esse copo de culpa pra lá.
Não vou beber dessa culpa, desculpa.
Não mereço,
Não quero,
Não aceito.
Não tente me forçar engolir goela abaixo,
Como uma condenada a uma dose de cicuta.

Esse pesar não é culpa minha,
Não só minha,
Não minha sozinha,
Não fui só eu,
Não é pesado por que eu quis,
Derrama esse copo, quebra ele no chão.

Não vou beber dessa culpa, não adianta.
Não tente me sentir como o derivado do contéudo do copo.
Não vou me contaminar com esse veneno,
Se quiser, bebe sozinho.
Faz o que quiser.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Final da história

E retrucou:
 - É mesmo, e sabe de uma coisa? Não nasci para ser comum. Não nasci para viver coisas comuns. Não nasci para viver de tédio. De marasmo. Do mais ou menos. Ou é quente ou é frio. Ou me engole ou me cospe. Sou intensa mesmo. Desde pequena, bato pé, sei o que quero, o que não quero, meto a cara, vou até o fim, me jogo, pulo de montanha, me machuco e cuido do meu próprio machucado. Bebo a vida em uma única dose mesmo. Passo do drama para a comédia pastelão em minutos, sim. Minha vida é fantasia e realidade sim. Minha vida é pintada como uma tela branca e mil tintas, sim. Me reinvento todo dia, sim E se não gostou, procura sua turma, vai ciscar em outra vizinhança. Boa noite.
E em seguida lavou o rosto, sorriu para o espelho e continuou a costurar.
Se vivesse mesmo uma vida de fantasias, como lhe dissera, preferia viver esse mundo de fantasias sozinha. Nas fantasias, o mundo é sempre mais bonito.