domingo, 29 de setembro de 2013

Uma história sobre o acaso

Primeiro, eu o vi. Segundo, o vi novamente. Terceiro, ele me viu. E eu nem percebi. E ele me permitiu nem perceber.

Estradas percorremos, latinhas chutamos,enchemos rios de lágrimas, socamos paredes feitas de um concreto esfarelento e que muitas vezes tentamos juntar esse esfarelado para tentar construir um renovo de algo impossível de renovar.

E então avenidas e rodovias voltamos a percorrer, latinhas chutamos, cortamos os pés com as latinhas e sangramos até quase o sangue todo perder.
E no caminho dessas estradas, o encontrei, e também ferida e exausta, ofereci o meu próprio torniquete. Estancou naquele momento, mas com certeza deveria ter voltado a sangrar. Não recomendei nenhum antídoto ou remédio, pois a própria sua alma e força iriam o curar.

Feridas estancadas, e eles então resolveram voar. Sem nenhum julgo e fardo pesado que
pudessem fazê-los cair e danificar a asas. Porém, o medo de novamente se encontrarem na estrada e
trocarem torniquetes era iminente. E com isso, decidiram viver de acordo com o vento. E eis que o
vento e o acaso soprou de volta ao princípio.

Primeiro, ele me viu. Segundo, ele me viu novamente. Terceiro, eu o vi. E ele nem percebeu,
E eu não permiti ele nem perceber.


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