sábado, 13 de abril de 2013

Antes que eu canse de falar de amor

Venho percebido algo genuino de civilizações mais antigas, reprimidas e contidas: por quê raios ainda existe o medo e o cuidado exacerbado de dizer a um próximo que é amor que você sente?

Se eu voltasse no tempo e falasse que os seres humanos do século 21 ainda se esforçam com o cuidado de não falar de amor, substituindo da forma mais demagoga do mundo pelo um "te respeito", "te adoro", "te curto" com uma mocinha recatada do século 17, com certeza ela daria risinhos tímidos, tomando todo o cuidado para levar a mão a boca, cuidosamente vestida com uma luva rendada. É tudo amor. É tudo a mesma coisa.

Por quê medo de impactar, por quê medo de se permitir? Como se a tal frase fosse algo letal, fosse algo escandaloso, algo vergonhoso, jocoso ou desesperador. É só uma frase de três palavras. "Eu te amo" é sinônimo de "eu te importo". Se você se importa com alguém, logo, sente amor. Então se permita ao invés de travar a língua com aquela máxima de "eu te amo é muito sério, amém?"

Sério é não sentir amor. Isso sim é muito sério. Sério e preocupante é gelar sua alma com essa idiotice. Achar que amor é uma coisa e outra coisa é outra coisa. É tudo amor. Joguem amor nessa droga de mundo de uma vez. Antes que eu canse de falar de amor e achar que isso é um sentimento nobre demais para falar por aí.