domingo, 4 de março de 2012

Efeito Rebote

E decidiu que nunca mais seria esfolada viva, quebrada em pedaços e jogada de um precipício. 
"Se me ligarem, não estou para ninguém, por favor."

Preferia viver no mundo indolor sob o efeito de algum benzodiazepínico ou quando a dor viesse, ela a sufocasse. Sufocasse sem lágrima e sem grito, apenas com a indiferença e a inércia, de quem já havia acreditado, re-acreditado e sim, quando havia deixado de ter forças e se deixou afundar para que a água e o vento a levasse para qualquer outro lugar, ela sim, acreditou novamente. Decidiu enxergar a vida com olhar indiferente e inexpressivo. Por que de emoção realmente ela já havia se infartado e havia dado indigestão.  

Eis que lhe haviam oferecido afago, cor, céu azul, pássaros cantando, riso, cócegas e doçura da forma sincera e não diluída. Novamente? Tudo aquilo estava sendo um terrível "deja-vu" de terríveis lembranças preferia esquecer. Ou de fato, pela primeira vez, veria o que é amor sem dor?

E ela só queria ir pra casa, deitar, e fingir que nada estava acontecendo... Por que não queria andar nas nuvens, não queria voar sem medo e nem sentir dor, toda aquela dor. O sentimento bonito, falado, expressado, passado com os olhos a cortava. Como as boas intenções, o carinho, a paixão e o provável futuro amor podiam a fazer não aceitar, podiam a fazer chorar de medo e querer ficar na área de zona de conforto, onde decidira de uma vez por todas colocar seu coração em um pote com muito gelo?

Talvez seja porque nunca estivera lá, nessa tal zona de conforto... E talvez seja porque seu coração nunca coubera em um pote com gelo. Embora tenha inclusive machucado as mãos, estourado o vidro, tentando a todo custo empurra-lo para dentro, como quem empurra uma esponja de lavar louças dentro de um copo muito estreito.

Um comentário:

  1. Oi, minha linda!
    Me manda seu e-mail, p gente poder continuar se comunicando.
    meu e-mail é patriciatavares.0602@gmail.com

    Bjus!

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