sábado, 10 de novembro de 2012

Eu arte, tu artes, ele arte.


Amor à arte, menina arteira, fazendo arte, que arte, uma arte... Coisa que a gente cansa de ouvir na vida. 

"Todo mundo pode se meter a ser artista?"
"Mas artista não é só quem aparece na Globo e na Caras?"
"Será que aquele desenho que fazia de árvore e casinha, que minha mãe dizia que era lindo, era coisa digna de Renoir?"
"Arte é coisa de bacana?"
"Bacana é o que? Gente legal?"
"Não sei desenhar."
"Fiz uns trabalhos como atriz na revista Sexy."
"Artista é tudo neurótico e depressivo."
"Esse povo do prédio de Artes é tudo maconheiro, viado e sapatão."

Arte é coisa sem definição. Coisa sentida. Degustada, que pode dar má digestão, sim, ou um puro deleite. Coisa doída, rasgada, assumida, despudorada, simples, sublime, sutil, terna. Em toda sua forma, lida, vista, tateada. Coisa sensorial. Gélida, fervente, morna, voraz, ruminante, repentina, calma.Arte é para transpirar, exalar, colocar pra fora, vomitar, gritar; é pranto, greve, silêncio, paixão, ódio, mágoa, rancor, carinho, ternura, gratidão, angústia, dor, tudo ou nada. Pensada, não pensada, emoção acima da razão e razão acima da emoção. Assim, desproporcional. Coisa que se vive, se morre, se respira, se dorme, se come, se bebe. Que se dança, se minimaliza, se otimiza, se aproveita e fim.

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