quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Purgação

E eu jogo aqui, tudo em palavras,
Cuspidas, digitadas, escritas,
Letra tremida, sufocada,
Mais uma tentativa de encontrar ânimo,
Nas mesma palavras doídas, sofridas,
Para ver se tira, se sai, essa coisa dolorida,
Chata.
Fumegante.

O que me faz bem é que me faz mal.
Rasga, aos poucos.
E não vai embora,
Não consigo expulsar,
Quando tento, tento rachar na parede,
Lanço ao vento,
Rasgo revistas,
Esmigalho. Choro.
Choro.
E choro.

Não danço mais,
Perdi peso,
Perdi cor,
Perdi luz,
Perdi sorrisos,
Perdi brilho,
Perdi viço,
Minha alma é um tecido rasgado,
Nela tem um buraco vazio e cinzento.
Meu coração virou limo.
Meu coração virou túmulo trancado.


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