quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Seis coisas impossíveis

"Penso em seis coisas impossíveis antes de tomar café da manhã".

Já deve ser notório o meu fascínio pelo livro/filme "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Caroll. Não considero e nunca considerei um livro/filme para crianças. Desde minha adolescência me pego refletindo sobre mensagens ocultas e sábias no conto. 
"Seis coisas impossíveis".
Não começo meu dia sem tomar um café. Café mesmo. E não sei quanto a vida alheia, mas meu sono é sempre povoado de muitos sonhos. Engraçado que conheço gente que dorme que é uma beleza, mas nunca sonha. Mas eu sonho, muito. Desde criança. Sonhos sem pé nem cabeça. A maioria deles. A questão é que me lembro de pouquíssimos sonhos "reais". São sempre em lugares e situações surreais. Algo como um gato falante e Kassia ficando gigante e minúscula (qualquer semelhança com Alice é mera coincidência). E claro, em meu desjejum me pego com olhar horizontal, a pensar nos sonhos da noite que passara, tentando "diagnosticar" as maluquices do meu inconsciente. Em vão, é claro.
Mas vamos às coisas impossíveis.
Do alto dos meus 24 anos e meio, e levando em consideração de que um ser humano vive em média 90 anos; caso você não tenha levado uma vida boêmia e não tenha sido diagnosticado com algum mal do século XXI - leia-se depressão, TOC´s de alguns tipos e algum grau de ansiedade, e tenha intoxicado seu organismo com algum tipo de Rivotril e afins, já vivi cerca de 1/4 da minha vida. Faltariam 3 /4. 
Em meio a essa reflexão, na hora me veio à cabeça uma imagem de uma ampulheta (e na hora me veio à mente aquele jogo de tabuleiro "Imagem e Ação"). E aquele pozinho, depositado abaixo, era o que já vivi. O que já se passou. Erros, acertos, risos, lágrimas, momentos....Sabe aquela coisa que você queria ter feito? Naquele momento? Faria diferente? Tá ali...depositado...Cada grão de areia é uma hora de cada dia que vivi.  "Mas aquele dia! poxa...aquela vez...."
"Não pode colocar o pozinho de volta e começar tudo de novo?"
"Não?"
E em cada grão depositado, onde estão as coisas impossíveis? Aquelas em que penso no café da manhã? Aquele perdão impossível. Aquela gargalhada impossível. Aquele sorriso impossível. Aquele grito, aquela dança, aquele porre, aquela vontade de ser você e só você de vez em quando, e dane-se o que vão pensar.
Aqueles planos que sempre riram da sua cara, aquele amigo que você sempre quis dizer :"você é muito importante pra mim!" e nunca teve coragem, aquela paixonite; que você nunca se tomou a iniciativa com medo de ser "mais uma dessas". Falar a verdade. Ser verdade.
Bom, e o café....sem ele, jamais. Impossível.



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