domingo, 5 de fevereiro de 2012

...outras sofrem por não encontrarem a verdade em outras.

Olhamos pra trás. Para trás. Por que tudo sempre é olhar para trás?
Cadê a frente, cadê o futuro, cadê o não vivido, o novo, o não entendido, o surreal, o comum, o diferente, o não, o sim, atrasos, despedidas, encontros, cansaço e descanso?
Por quê somos tão apegados aos erros e não tanto aos acertos, ao que você entregou e não recebeu, aquilo que emprestou e não foi devolvido e aquele amor que você guardou e nunca existiu?
Que haja coragem para recomeçar. E se nunca falhássemos? E se fossemos imbatíveis, perfeitos e sem indagações?
Ontem à noite, estava na Lapa, conversando sobre assuntos diversos com um amigo, e  recebi uma repreensão : "Você é muito questionadora!" Eu não aceitei isso como repreensão, dei um sorriso e eu juro que fiquei feliz com o adjetivo. Ser questionador para mim é não se acostumar com o comum, com o certo, com o óbvio. Ai de mim se não fosse...Acho que simplesmente eu não seria. Ser questionador é ao mesmo tempo ser levado pela maré, ser verdade e intensidade, é encontrar detalhes naquilo que não é percebido. A verdade é que esse "questionar" e esse "viver" há um centímetro de abismo. É o ser ou não ser. Mas você só sabemos se a gente mergulha nesse abismo e não sabe quais serão os danos do impacto. Talvez não se sinta na hora. A verdade é isso.
Nesse leva e trás de viver, a gente só se lembra do "para trás". Nossa, e acabo voltando ao assunto do para trás... 
Algumas pessoas sofrem por serem verdadeiras umas com as outras. Outras sofrem por não encontrarem a verdade em outras. Muitos ainda são pequenos para ver o que é o grandioso. E muitos ainda não são grandes para entender a pequenez.






"É, pode ser que a maré não vire,
pode ser do vento vir contra o cais,
já que não sinto os seus sinais,
pode ser da vida acostumar"
Marcelo Carmelo



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